Foi lançado nesta terça-feira, 19 em Luanda, o Acelera Net, um programa que visa potenciar os pequenos provedores de serviço de internet fora da província de Luanda, por iniciativa da Angola Cables.
O programa visa, entre outros objectivos, alavancar o negócio de pequenos provedores de serviços de internet no fora da capital do país com treinamentos técnico especializados, capacitação em gestão empresarial e a disponibilização de pacotes de financiamento.
O CEO da Angola Cables, Angelo Gama, disse que o lançamento do Acelera Net se constitui uma maneira de dinamizar, aumentar a competitividade e “uma janela de oportunidade” para os pequenos operadores entrarem para o mercado. O responsável apoia-se a um estudo de 2020, que mostra que um aumento de utilizadores de internet móvel em 10%poderia aumentar o PIB África em até 2,7%.
Em termos de expectativas referiu que espera-se que o aumento do número de utilizadores de internet em África poderá movimentar 180 milhões de dólares até 2025 e mais 700 milhoões de dólares até 2050, impulsionados pela rápida valorização e aumento no número de utilidades de internet móvel, valores de uma economia digital, que segundo fez saber, poderá contribuir para a economia real.
“Outro dado interessante, é que se nós aumentarmos o número de utilizadores de internet até 75% em África, podemos estar a criar com isso, até 44 milhões de novos empregos, que serão gerados directamente com esse aumento de utilizadores de internet”, previu.
Sobre os objectivos do Acelera Net, o CEO da Angola Cables apontou o contributo para o aumento da utilizadores das telecomunicações em Angola e tornar o país num dos maiores HUBs de telecomunicações em África e na America Latina, onde Angola Cable também actua.
Entretanto, disse esperar que as pequenas Startup a ser beneficiadas, depois de selecionadas sejam capazes de responder de forma eficiente às necessidades dos angolanos.
O Secretário de Estado para as Telecomunicações e tecnologias de Informação, Mário Oliveira, disse que o Acelera Net “representa uma pedra na construção do Ecossistema digital e um grande desenvolvimento para o cumprimento de um dos objectivos e todo ecossistema de telecomunicações no país, de levar o serviço de internet para todos os cidadãos”
Além de pontenciar, o aumento da oferta de emprego foi também apontada pelo governante, como vantagens que advém do programa Acelera Net, lançado nesta terça-feira.
Mário Oliveira entende ainda o programa poderá contribuir igualmente para o aumento da literacia digital nos sectores da educação, empresarial, pelo facto de tornar possível que os serviços e actividades possam beneficiar os cidadãos “nas zonas mais recônditas do país, na perspectiva, porém, de que o país caminha para o desenvolvimento da economia digital que hoje já é uma realidade em muitos serviços públicos”.
Em relação aos preços praticados no país ao nivel do sector, o Secretário de Estado disse que existe um conjunto de serviços associados ao preço. Informou que o executivo angolano tem feito análise a nível da região austral do continente, onde, segundo referiu, Angola pratica os preços mais baixos nos serviços de televisão por assinatura, ao passo que na telefonia móvel “nos situamos a meio da tabela”.
A redução gradual dos preços em Angola, de acordo com o governante, deverá ser influenciado pelo desenvolvimento económico do país e pela melhoria das infra-estruturas.
Considerou, por outro lado, o surgimento e o posterior desenvolvimento do projecto Acelera Net como um indicador “para que se olhe para os preços numa perspectiva diferente”.
Paralelo ao lançamento do projecto Acelera Angola da Angola Cables, realizou-se uma conferência dividida em três paineis. O primeiro, versado sobre ´o contexto da economia digital em Angola´, juntou jovens empreendedores do sector das TIC´s, nomeadamente Cláudio Silva, da Luanda Nghtlife; Lisa Videira, da Academia Nzoji; João Baptista, do Hanormais, Kendaz da Mbawa e Lurinela Mendes.
Já o segundo painel, que abordou ´o panorama regulatório para os ISPs e o financiamento da sua a actividade´, juntou Elsa Matias, do Banco BAI, que disse que a sua instituição financeira está a trabalhar para começar a financiar as iniciativas que se mostrem viáveis no âmbito da Acelera Net, o Engenheiro Dimonokene Ditutala, do Conselho Consultivo da AAPSI, ainda o Enginheiro Joaquim Muhongo, do INACOM e o Júlio Gonçalves da UNITEL.
O Terceiro painel do dia juntou especialistas ligados a Angola Cables, Infrasat, INACOM e Angola Telecom, tendo os mesmos abordado o precesso em volta do programa Acelera Net.